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24 de novembro de 2009

SONETOS DO LIVRO "OFÍCIO DE POETA IV "



Comparações

Inspiro-me em Marília de Dirceu
E vou ao campo, minha doce amada.
Se teu amor um dia não for meu,
A Moçambique irei de alma penada.

Mas podes ser Julieta, e eu, teu Romeu,
Lânguida, te verei numa sacada.
Sabes, porém, que foi que aconteceu,
A este casal com alma apaixonada?

Também podes, amor, ser Beatriz,
E posso ser teu florentino Dante
Mas que tragédia... ele não foi feliz.

Sendo eu mesmo contudo, meu amor,
Tenho n’alma essa angústia anavalhante,
Por tua ausência vivo imerso em dor.

15.01.2004


Apenas sonhos


Todos os sonhos são apenas sonhos
Povoando nossas imaginações.
Uns trazem seus vergéis amplos, risonhos,
E causam indeléveis sensações.

Outros opacos, túrgidos, medonhos,
Causam as mais horríveis decepções.
Deixam nosso viver pasmos, tristonhos,
Apegados a tolas orações.

Às vezes são castelos assombrados,
Vales, abismos, traumas, assassinos,
E momentos de dor desesperados.

Chegam das formas mais extravagantes,
E parecem mudar nossos destinos
E ferir-nos de modos contagiantes.

07.10.2001


Letargia

O pensamento vaga em devaneio.
Penso alhures, porém, em nada penso.
Letargia total, falta de anseio,
Idéias esfumadas por incenso.

Em tudo a solidão é um lago imenso.
A vontade é menor do que o receio.
O verbo na palavra fica tenso,
A verdade e a mentira estão no meio.

Penso falar e continuo mudo.
Existe um nada que preenche tudo.
Olho-me e não me vejo em tal instante.

Não sei para onde vou, nem de onde venho.
Sombrio olhar em meu olhar mantenho.
Perto de tudo sinto estar distante.

15.05.2004


Voragem


Se tanto te amo e tanto te desejo
E trago ao coração essa loucura
Se teu corpo é loucura para o beijo
Na razão mais sagrada e na mais pura

Emoção de viver essa aventura
A minha voz nos timbres de um arpejo
Quer de beijos fazer a semeadura
Para colher depois num terno ensejo

Os frutos mais sagrados e mais doces
Dessa posse carnal que me alucina
O coração pois se mais santa fosses

Iria profanar a tua imagem
Pois o desejo atroz me determina
A desfrutar teu corpo com voragem.

28.08.2003


Escravo da Poesia


Preciso que a Poesia me abasteça
De raios de luar, harpas e sinos.
Dos sonhos dos meus sonhos tão meninos,
Antes que a noite rígida aconteça.

Preciso que a Poesia-amor me aqueça
Com sons suaves, ternos, argentinos.
E que eu possa antever os meus destinos
Antes que a primavera refloresça.

Preciso que a Poesia ande em atalhos,
Onde as flores miúdas e esquecidas
Teçam mantas de líricos retalhos.

Preciso que a Poesia em mil cantigas
Perfume com carinho as nossas vidas,
E alegre nossas almas tão amigas.

23.06.2004


Tétrico cenário
(para Cesário Verde)


No estéril chão hei de plantar orquídeas
Para a Vida brotar de tanta morte.
Pois o homem – tenebroso e odiento Fídias! –
Talhou a guerra em sua insana sorte.

No desejo profano das insídias
O homem tudo matou de sul ao norte.
Vidas, vidas! Em transe o homem agride-as
E não existem sonhos que as conforte.

É tétrico o cenário disso tudo,
Até meu verso num soluço mudo
Tenta gritar, após tanta barbárie.

Porém, a voz estrebuchando em fúria,
Só canta a injúria após tamanha injúria,
Por ver no solo tão horrível cárie.

25.06.2003


Antagonismo


Se bem podemos nós, viver felizes,
Com o sorriso a estampar-se em nosso rosto,
Por que ansiamos viver dias de agosto
Trazendo em nosso olhar mágoas e crises?

A vida está coberta de matizes:
Um arco-íris no céu, a nosso gosto,
Um amor a viver no peito posto,
E sinos badalando nas matrizes...

Vamos na contramão de nosso enredo,
Ao doce procuramos ter o azedo,
À alegria a tristeza nós buscamos.

E ao fim do longo dia de trabalho,
À estrada azul – um sinuoso atalho,
É uma coroa de espinhosos ramos.

14.05.2003


Abrir a porta

Necessário, talvez, abrir a porta,
Para o sonho tornar-se realidade.
E o martírio deixar, qual coisa morta,
Na esquina escura e oculta da cidade.

Antes a estrada sinuosa e torta
Agora vibra o sol da suavidade.
Existes. E no canto a alma se exorta.
Bastas-me. Quero a azul felicidade.

Estás dentro de mim mesmo distante,
Teu nome é-me canção que agora canto
Tua presença em mim se faz constante.

Quero-te para ser feliz agora.
Se tanto te esperei e tanto, e tanto,
Nunca mais, nunca mais, irás embora.

27.05.2003


Frente ao grito

Preciso recompor o pensamento
Antes que a insanidade torpe o invada.
Tirar o nó do próximo momento
E encher de luzes minha madrugada.

Depois folhas colher ao vir do vento
E colocar os passos na ampla estrada.
Desencadear o próprio movimento
E frente ao grito a voz deixar calada.

O pensamento invade a madrugada,
Na estrada o vento gira em movimento
E no momento a voz torna calada.

Misturo após palavras repetidas,
E se a lei for contrária ao mandamento,
À própria vida pedirei mais vidas.

19.03.2002


Em meu silêncio


O teu silêncio grita, de maneira
Que posso ouvi-lo a séculos distante.
Dele, minh’alma fica prisioneira,
Meu espírito fica agonizante.

Teu silêncio ao meu corpo traz canseira
No abandono letárgico e constante.
Eu fico recordando a vez primeira
Que falaste de amor de forma ebriante.

Mas hoje teu silêncio invade tudo...
E sorrateiramente vivo mudo
Gritando salmos, mas a angústia é tanta,

Que no martírio caio-me de bruços.
Em meu silêncio solto mil soluços,
Sufocando meus gritos na garganta.

25.03.2004


Musa bailarina

Poeta – perambulo pela rua,
Buscando minha Musa bailarina,
Que há de surgir-me em luz clara, opalina,
Envolta em gazes linda, etérea e nua.

E ao vê-la, langorosa e loura a lua,
Hei de em meus braços ter esta menina:
E seu olhar que em êxtase ilumina,
Irá clarear minh’alma que tressua.

Tendo-a em meu colo iremos para casa
E a ela darei meu coração em brasa
Para dela, fazer o que quiser.

E abrindo-me seus braços num carinho,
Dirá esquecida nesse etéreo ninho:
“ – Sou tua Musa, faças-me Mulher!”

05.07.2004


Tecendo o silêncio


Tanto já te busquei num labirinto,
Tanto tentei moldar-te no laringe,
Mas teu segredo – silenciosa Esfinge! –
Tornou-me verde e amargo como o absinto.

No pensamento minha voz te cinge
E tento ser cruel por puro instinto.
Para fazer o mal – bem não me sinto,
E meu profano olhar não te constringe.

Desvario cruel da minha mente.
Teço o silêncio convulsivamente,
Agarro o sonho e não me prendo a nada.

Urdo as tramas com a hóstia purpurina,
Sangro-me em sol na tarde que declina,
E tanjo estrelas pela madrugada.

21.10.2004


(Entre parêntesis)


Tanjo a lira, urdo o som, ascendo o pensamento,
Vibro cordas em mim, teço milhões de tramas,
À pauta musical eu me pego violento,
(Eu te amo, meu amor... oh meu amor, tu me amas?)

Uso cores febris, pincéis à tela tento,
Desespero cruel, paisagens são meus dramas.
No campo aberto sou vencido pelo vento.
(Tu me chamas, amor. Meu amor tu me chamas?)

Sinto parte de mim às partes da loucura,
Procuro decifrar o enigma da Ventura.
(Onde estás, meu amor, por que demoras tanto?)

Teço o silêncio, só. Noite de eternidade.
Um passado sem fim envolto de saudade.
(Tu cantas, meu amor... ou é ilusão o canto?)

21.10.2004


Homens de Deus

Somos homens de Deus, somos por certo
Poeira cósmica advinda do Universo.
Grão de areia perdida no deserto,
De modo frio, insípido, diverso.

Somos homens de Deus, de peito aberto
Meu coração nas mãos carrego imerso.
Ao seu sopro, porém, vivo desperto,
De pensamento livre, amplo e disperso.

Somos homens de Deus, filho perdido
Ao longo dessa estrada tão distante
Que vai e vem num valsejar do vento.

Somos homens de Deus, de olhar ferido,
De tanta fé o meu viver é errante,
Que nem pressinto o próximo momento.

06.01.2005


Ciclo


Sem destino caminho sem destino
Num caminhar frenético e constante.
Cada vez mais de mim vejo distante
Os meus dourados sonhos de menino.

Com passos firmes vou seguindo avante
Porém, dentro de mim badala um sino.
Enquanto o rubro sol cintila a pino,
Me distancio do Oriente ebriante.

A tarde vem chegando lentamente,
O sol segue o caminho do poente
E traz a noite breve e breve em mim.

Meus sonhos de ontem morrem sem futuro,
À claridade exsurge eterno escuro,
E a passos lerdos sigo para o fim.

12.01.2005

Ervas rasteiras

Meu verso é simples. Como ervas rasteiras
Brota em terrenos e grotões baldios,
Não tem o porte altivo das paineiras,
São insípidos, tristes e vazios.

Não lembra árvores fortes, altaneiras,
Mas aguapés que correm pelos rios,
No máximo são tenras trepadeiras,
Que sobem postes alcançando os fios...

Suas rimas também são simples, pobres,
Não lembram colossais castelos nobres,
Ou brilhantes vestidos de cetim.

Mesmo assim são meus versos, meus somente,
E mesmo pobres trazem a semente
De um sonho lindo que jamais tem fim.

21.01.2005


Romance

Como posso entender-me nesta vida
Se a incompreensão divide meus sensores?
Há uma imagem na tela repartida
Entre cacos de poeira e frias cores.

O pensamento ruge nesta lida
Como o ronco de intrépidos motores.
Há uma porta de entrada e de saída,
Um jardim metafísico e sem flores.

A idéia brota, cresce e se avoluma,
Uma ilusão transmuda-se em capítulos
E não há como tudo se resuma.

Abro os olhos e a mente se ensimesma...
A vida é um livro com milhões de títulos,
E cada história é a mesma e sempre a mesma...

23.01.2005


Ésio Antonio Pezzato

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