Tua sina
(para quem entende)
– I –
Tua sina é viver acorrentada
Pelos elos das cores que arrebata
Todos os corações!
Tua sina é ser luz na madrugada,
– Ingentes raios de luar de prata
Envolvendo emoções!
Tua sina é ser luz para o Poeta
Que te sagra a cantiga predileta
De um sonho mais feliz.
Tua sina revolve o amor eterno,
Que Dante um dia arrebatou do Inferno
– Sublime Beatriz!
Tua sina é paisagem soberana
Que Buonarotti – na paixão profana
Num delírio infernal,
Nas paredes sagradas da Sistina
Por Colonna – traçou a sua sina
No Juízo Final!
Tua sina é no mar – ser dócil barca,
É ser Laura – cantada por Petrarca
No verso mais feliz!
É ser sonho lirial que sempre ampare
Os delírios secretos de Monari
Em seus sonhos febris!
Tua sina é ter olhos de lucila,
Esmeralda que fulge à luz tranquila,
Num sorriso de paz.
Tua sina é viver olhando estrelas,
E, enquanto tais miríades – pensas tê-las,
O sonho se desfaz.
Tua sina é viver o doce anelo
Que Desdêmona teve por Othelo
No silêncio sem fim.
É viver todo o transe da loucura,
É sonhar os delírios da ventura,
Se desmanchar enfim!
E como Pigmalião, o estatuário,
Quem em mármor de Carrara um santuário
Construiu para te por,
(Pois do sonho maior ficou cativo!
E um beijo ardente pôs em sonho vivo
Delírio, fogo e amor!)
Tua sina, portanto (eis que me embalas)
Vênus passa a ter mãos e junto a Pallas
Caminha nesse altar.
E sou o Pigmalião no raro instante:
Sopro-te a Vida em transe delirante
– Passas a respirar!
E tu, Delírio insano da conquista!
És a sina do amor – n’alma do Artista
Que te devota os céus!
E com teus olhos – Esmeraldas raras! –
Mostras as Esperanças verdes, claras,
Em brilhos e escarcéus!
Tua sina tem a aura mais poética:
Lembra Beethoven a compor Patética
No silêncio eternal.
Enquanto em sons a alma em delírio insano
Convulsionava um túrgido Oceano
Pela Amada Imortal!
Tu sina – em meus sonhos arrebato-a!
E te prostro no altar – sagrada estátua
Rubra como a manhã!
É o beijo mais sublime e mais robusto,
No qual Camille entrega para Augusto
A su’alma pagã!
Tua sina – que os sonhos a arrebate!
Lembra Florença e os sonhos de Mecatti
E sua airosa luz.
Tua sina, porém, inda é mais nobre,
É contemplar o espaço que se cobre
E que o sonho seduz!
– II –
Podes tudo neste mundo
Com teu sorriso divino!
És o sonho mais profundo
Do Poeta florentino.
A vida em sua tragédia
É uma Divina Comédia
E eu aqui a te esperar.
Tudo sou, e nada penso!
Meu coração vai suspenso
Nas asas do teu olhar!
Amar! Divina mentira
Que apregoamos para o céu.
O Poeta tangue a Lira
E se faz eterno Orpheu!
Amar é sonho profundo
Das almas todas do mundo
Num sonho arrebatador.
E na paixão que ora impreco
Minha voz ressoa em eco:
“Eu te amo, meu amor!”
Eu te amo na verdade
No tudo que posso ser.
Já não pode haver maldade
Na loucura do prazer.
O amor – eu sonho acordado
Sou por ele iluminado
E na paixão me seduz.
Pelos caminhos meus olhos
Desviam-se dos escolhos
Pois te vejo imersa em luz.
– III –
A vida ora passa... Nas amplas estradas
A minha esperança se torna conquista...
Eu sigo amparado por anjos e fadas
E a Fada mais bela
Se chama Lucila!
Meu mundo tem cores, tem cores suaves,
E a cor na minh’alma meu sonho ilumina.
Perscruto nos ares, e cantam as aves,
E o canto mais belo
É a voz de Lucila!
Meu mundo é divino... Lindo anjo celeste
Invade meu sonho e a dor me aniquila
E o anjo mais belo tem verde na veste,
E os olhos são verdes
– Oh, linda Lucila!
Entoo mil cantos! Na vida meu sonho,
– Paixão soberana – minh’alma suspira.
Que passem os anos e o tempo medonho,
Paixão eu só tenho,
Por minha Lucila.
03.12.2003
(para quem entende)
– I –
Tua sina é viver acorrentada
Pelos elos das cores que arrebata
Todos os corações!
Tua sina é ser luz na madrugada,
– Ingentes raios de luar de prata
Envolvendo emoções!
Tua sina é ser luz para o Poeta
Que te sagra a cantiga predileta
De um sonho mais feliz.
Tua sina revolve o amor eterno,
Que Dante um dia arrebatou do Inferno
– Sublime Beatriz!
Tua sina é paisagem soberana
Que Buonarotti – na paixão profana
Num delírio infernal,
Nas paredes sagradas da Sistina
Por Colonna – traçou a sua sina
No Juízo Final!
Tua sina é no mar – ser dócil barca,
É ser Laura – cantada por Petrarca
No verso mais feliz!
É ser sonho lirial que sempre ampare
Os delírios secretos de Monari
Em seus sonhos febris!
Tua sina é ter olhos de lucila,
Esmeralda que fulge à luz tranquila,
Num sorriso de paz.
Tua sina é viver olhando estrelas,
E, enquanto tais miríades – pensas tê-las,
O sonho se desfaz.
Tua sina é viver o doce anelo
Que Desdêmona teve por Othelo
No silêncio sem fim.
É viver todo o transe da loucura,
É sonhar os delírios da ventura,
Se desmanchar enfim!
E como Pigmalião, o estatuário,
Quem em mármor de Carrara um santuário
Construiu para te por,
(Pois do sonho maior ficou cativo!
E um beijo ardente pôs em sonho vivo
Delírio, fogo e amor!)
Tua sina, portanto (eis que me embalas)
Vênus passa a ter mãos e junto a Pallas
Caminha nesse altar.
E sou o Pigmalião no raro instante:
Sopro-te a Vida em transe delirante
– Passas a respirar!
E tu, Delírio insano da conquista!
És a sina do amor – n’alma do Artista
Que te devota os céus!
E com teus olhos – Esmeraldas raras! –
Mostras as Esperanças verdes, claras,
Em brilhos e escarcéus!
Tua sina tem a aura mais poética:
Lembra Beethoven a compor Patética
No silêncio eternal.
Enquanto em sons a alma em delírio insano
Convulsionava um túrgido Oceano
Pela Amada Imortal!
Tu sina – em meus sonhos arrebato-a!
E te prostro no altar – sagrada estátua
Rubra como a manhã!
É o beijo mais sublime e mais robusto,
No qual Camille entrega para Augusto
A su’alma pagã!
Tua sina – que os sonhos a arrebate!
Lembra Florença e os sonhos de Mecatti
E sua airosa luz.
Tua sina, porém, inda é mais nobre,
É contemplar o espaço que se cobre
E que o sonho seduz!
– II –
Podes tudo neste mundo
Com teu sorriso divino!
És o sonho mais profundo
Do Poeta florentino.
A vida em sua tragédia
É uma Divina Comédia
E eu aqui a te esperar.
Tudo sou, e nada penso!
Meu coração vai suspenso
Nas asas do teu olhar!
Amar! Divina mentira
Que apregoamos para o céu.
O Poeta tangue a Lira
E se faz eterno Orpheu!
Amar é sonho profundo
Das almas todas do mundo
Num sonho arrebatador.
E na paixão que ora impreco
Minha voz ressoa em eco:
“Eu te amo, meu amor!”
Eu te amo na verdade
No tudo que posso ser.
Já não pode haver maldade
Na loucura do prazer.
O amor – eu sonho acordado
Sou por ele iluminado
E na paixão me seduz.
Pelos caminhos meus olhos
Desviam-se dos escolhos
Pois te vejo imersa em luz.
– III –
A vida ora passa... Nas amplas estradas
A minha esperança se torna conquista...
Eu sigo amparado por anjos e fadas
E a Fada mais bela
Se chama Lucila!
Meu mundo tem cores, tem cores suaves,
E a cor na minh’alma meu sonho ilumina.
Perscruto nos ares, e cantam as aves,
E o canto mais belo
É a voz de Lucila!
Meu mundo é divino... Lindo anjo celeste
Invade meu sonho e a dor me aniquila
E o anjo mais belo tem verde na veste,
E os olhos são verdes
– Oh, linda Lucila!
Entoo mil cantos! Na vida meu sonho,
– Paixão soberana – minh’alma suspira.
Que passem os anos e o tempo medonho,
Paixão eu só tenho,
Por minha Lucila.
03.12.2003
Esio Antonio Pezzato
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