Cigarro
O cigarro descansa no cinzeiro
Enquanto, em espirais, lenta, a fumaça
Se solta, preguiçosa, do braseiro
E, em instantes, me deixa a vista baça.
Forma desenhos no ar; um corpo inteiro
Aparece impalpável nesta massa...
Após, parece o corpo de um carneiro,
Que, em marcha lenta, flutuando, passa...
E eu fico a olhar esses desenhos... perco
Do tempo, então, sua noção exata,
E nesses devaneios, tolo, penso,
Que o Ser Humano é este cigarro imenso,
Que na vida somente vive à cata
Da Ilusão que lhe serve por esterco.
23.10.1988
O cigarro descansa no cinzeiro
Enquanto, em espirais, lenta, a fumaça
Se solta, preguiçosa, do braseiro
E, em instantes, me deixa a vista baça.
Forma desenhos no ar; um corpo inteiro
Aparece impalpável nesta massa...
Após, parece o corpo de um carneiro,
Que, em marcha lenta, flutuando, passa...
E eu fico a olhar esses desenhos... perco
Do tempo, então, sua noção exata,
E nesses devaneios, tolo, penso,
Que o Ser Humano é este cigarro imenso,
Que na vida somente vive à cata
Da Ilusão que lhe serve por esterco.
23.10.1988
Esio Antonio Pezzato
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