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5 de maio de 2010

PORTAL DO MILÊNIO




Portal do milênio

O Portal do Milênio, finalmente,
Em relâmpagos brilha à nossa frente,
Escancarando enferrujadas portas:
Dúvidas, cismas, medos e mistérios,
E dogmas dos espaços mais sidérios
Abrem a nós fantásticas comportas.
E o que será de nós de agora em diante?
O homem altivo, arcaico, atro e arrogante,
Conseguirá vencer novo milênio?
Ou terá, novamente, a mesma ciência
Que o naufragou em sua incoerência
Com todo o seu poder de insano gênio?
O homem com sua fúria e seu orgulho
Contaminou os rios com entulho
E dizimou o verde da floresta.
Ao vê-lo assim vagar perdido em fúria,
Nos lábios tendo o vômito da espúria,
Ah!... com certeza penso: ele não presta.
Desde os primórdios do primeiro dia
Só consegue encontrar, na áurea alquimia,
Pedras filosofais para que possa
Sua ganância transformar em ouro,
Seu desejo, porém, só traz desdouro,
E a virtude é jogada numa fossa.
Em cobiça o homem inventou radares,
E vasculhou os mundos estelares
Mas o que conseguiu neste desejo?
Após a garimpagem pelo espaço
Amealhou fracasso após fracasso
E a esperança enlameada em podre brejo!
Saturno, Gêminis e Sputiniks,
Ultrapassaram os sidérios diques
E hoje só resta uma esperança crua:
Que ele do espaço ainda não sabe nada,
Sua vontade está paralisada
Em passos dados na arenosa Lua.
Em épocas perdidas do passado
O homem também já foi um rei louvado,
Mas desapareceu pela ganância;
E a história hoje contém o mesmo enredo,
Mas não se acostumou ao acre e azedo
Desmoronar de tanta extravagância!
Onde estão os faustosos monumentos
Que o homem, com seus desejos agourentos
Fez construir em sua trajetória?
E a esta pergunta o pranto a sangue tinge:
Sobraram as Pirâmides e a Esfinge
Para contar esta nefasta história!
Onde os belos jardins da Babilônia?
Creta e Cartago, o Egito e a Macedônia
Sucumbiram aos ímpetos nefastos.
O homem somente faz a negra guerra,
Destrói a vida natural da Terra
E em seu progresso faz-se andar de rastos!
O homem que dominou dos céus os raios,
Que quer brincar de Deus em seus ensaios
Criando vida nos laboratórios,
Não tem limites na ânsia da conquista,
Vive sempre no sonho antagonista
Ansiando em lutas, novos territórios!
O homem com seu desejo famulento
Torna-se cada dia mais violento:
Busca arregimentar novos combates...
Constrói armas de guerra mais possantes,
E com olhos em fúria, rutilantes,
Sem limites, se faz senhor de embates.
Hoje existem ogivas nucleares,
O invisível está solto nos ares
E o lixo radioativo é sem retorno...
Porém, só quer para levar vantagem,
Do semelhante, conseguir pilhagem,
Ou então conseguir qualquer suborno!
Mas o homem como irracional, proclama
As glórias que conquista, mas de lama
É o troféu que lhe cabe neste pódio.
Basta olhar o passado – desse enredo
O panorama se nos mostra azedo,
E vibra a ingratidão, a angústia e o ódio.
Da Grécia os velhos deuses de granito
Também os Faraós do antigo Egito
Não puderam conter tanta ganância...
O velho Niebelungen da Alemanha
Afundou suas mágoas na montanha
Morrendo ainda na primeira infância...
O vício da barbárie a tudo invade,
E no caos vai vivendo a humanidade
E nada há que lhe tire deste engodo.
Foi assim desde os tempos de Sodoma,
Depois foi Nero incendiando Roma,
E Hitler atirando a Paz ao lodo!
O homem proclama o seu caminho torto;
Dizima vidas praticando aborto
E assim, dessa maneira atra e nefasta,
Busca encontrar seu pedestal de glória,
Mas através de séculos de História,
Notamos que na lama ele se arrasta.
Quem matou mais que o homem sobre a terra?
Bichos irracionais provocam guerra?
Exterminam em fúria a fauna e a flora?
Em Hiroxima quem soltou a bomba?
Foi, acaso, uma picassiana pomba
Voando despreocupada, rumo à aurora?
Não precisamos, não, de velhos deuses,
Que possam refrear tantos revezes
Pois neles foi iníqua tanta crença...
Para que ainda possamos ver os astros,
Necessário se faz andar de rastros
Para o milênio ter por recompensa!
O homem deve deixar de ser bizarro;
Se o passado moldou-a à luz do barro,
Ao barro irá voltar em seu futuro!
Pensando ser eterno e onipotente,
A história merencória já o desmente
E seu fulgor irá pô-lo no escuro.
Se ele se julga um deus, se julga um sábio,
Sequer decifra tábuas de alfarrábio
E hieróglifos de um mundo já apagado.
Porém, ele só faz criar atritos,
Cria, imerso em prazer, profanos ritos,
E despreza as agruras do passado.
Até Cristo divide-se em mil seitas;
As mensagens da Bíblia são suspeitas
E a verdade difere em cada exemplo.
Hoje a fé tem valores monetários,
Compra-se Cristo ao longo dos Calvários
E um pastor O profana em podre Templo!
Este é o retrato vil da glória humana,
Que quer vencer de forma treda, insana,
Para alcançar não sabe o quê, por certo.
Vilipendiando os rios e as florestas,
De formas descabidas e funestas,
Amanhã viveremos no deserto.
Entendo que o homem não estava pronto
Para viver aqui, no exato ponto
Do Sistema Solar, neste Planeta.
Tirando a glória de viver em nichos,
O homem devia era viver com os bichos
Ou num lugar mais podre da sarjeta!
Mas ele se diverte com o louro,
Busca sempre encontrar as minas de ouro
Para satisfazer-se em seus delírios...
Nesta loucura vã, se desespera,
Não percebe ao sorrir da Primavera,
O florescer de alvinitentes lírios!
Ele em seu sonho cheio de utopia
Desconhece a ternura da Poesia
E os cantos dos Poetas – desconhece...
Porém, se acreditasse mais nas rosas,
Decifraria as crenças mais formosas
Num florido jardim, em doce prece...
Se, seus olhos pusesse nas crianças,
Iria descobrir as esperanças
Que podem ter um só deste sorriso!
Iria ter mais fé e amor na vida,
Su’alma encontraria a paz florida
Na estrada que conduz ao Paraíso.
E se do coração ouvisse o canto
Que lhe diz com ternura e com encanto
Que o amor é necessário aqui na Terra,
Se ouvisse um só instante, tais alarmas
No mesmo instante deixaria as armas,
E deixaria de pensar na guerra!
Mas ele não entende tal alarde,
E com certeza há de chegar já tarde
Para ver, quão inglória foi a lua...
E há de sentir o horror da decadência,
Ao ver que foi inútil tanta ciência,
Já que nada ganhou nessa disputa!
Mas o novo milênio se aproxima,
Iremos viver nele como a rima
Que nesses versos faço, onde demonstro
A realidade triste de ser homem,
E enquanto tantas dores me carcomem,
O homem eu vejo como horrível monstro!
Porém, deve existir um retrocesso,
E tudo há de voltar ao seu começo
Que o desígnio de Deus sempre é severo...
E com certeza, ao fim deste milênio,
O homem, com todo o seu poder de gênio,
Irá voltar à mesma estaca zero!


15.07.2001


Esio Antonio Pezzato


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