***
Chega a noite
E com ela chegam as fosforescências
Dos luminosos que arcoirisam as ruas.
Chega a noite
E o vício do pecado estruge
Nos balcões mal freqüentados.
As boates acolhem corpos e desejos,
E um maníaco sexual estupra a mocinha de quinze anos que saiu de casa pela primeira vez!...
Estupro?!...
O que é o estupro para uma criança-menina-moça-mulher
Que sabe tudo
Que sabe de tudo
Que faz tudo?
Dentro da noite fantasmagórica
Alegorias falsas invadem os cérebros cheios de álcool
E na madrugada
Quando o sol se agarra nas nuvens para poder brilhar
O que resta?
O que resta?
O que resta?
Restam as manchas de sangue
Da mocinha de quinze anos
Que saiu de casa pela primeira vez e... foi estuprada?
Restam o medo e o pavor
Dos futuros namoradinhos
Que irão querer usar seu corpo,
Resta o véu esgarçado da virgindade
Rompido pelo combôio que leva a vida no seu vômito,
Resta no corpo o gosto salgado
Das lágrimas choradas que imploraram em vão,
Resta a fumaça azúlea do cigarro,
Resta um mundo de medo e de pavor,
Resta o cheiro do álcool e do fumo,
Resta a lembrança e a esperança diluída...
Sonhos mortos
Palavras poucas
Corpo aberto
Manhã vazia
Garrafas vazias
Sol ardente
Boca torcida
Horas loucas
Caminho incerto
Passo tremente
Passo fremente
Passo demente
Paisagem incerta
Vida deserta.
Mas de tudo resta um pouco...
As serenatas dos violinos emudeceram
E sangrou a voz do poeta raquítico.
Os passos apressados que passaram
Perderam-se no meio da noite...
Na esquina um táxi briga com um passageiro que não quer
pagar a corrida,
Um ébrio caído na calçada
Traz no peito um coração ferido,
Numa casa ainda acesa
Ouvem-se um antigo sucesso dos Beatles
E eu não tenho o que recordar...
Aqui nesta mesa, neste bar,
Espero a vida passar
Espero o tempo passar
Espero tudo passar
Enquanto eu passo... e tudo fica...
12.10.79
Chega a noite
E com ela chegam as fosforescências
Dos luminosos que arcoirisam as ruas.
Chega a noite
E o vício do pecado estruge
Nos balcões mal freqüentados.
As boates acolhem corpos e desejos,
E um maníaco sexual estupra a mocinha de quinze anos que saiu de casa pela primeira vez!...
Estupro?!...
O que é o estupro para uma criança-menina-moça-mulher
Que sabe tudo
Que sabe de tudo
Que faz tudo?
Dentro da noite fantasmagórica
Alegorias falsas invadem os cérebros cheios de álcool
E na madrugada
Quando o sol se agarra nas nuvens para poder brilhar
O que resta?
O que resta?
O que resta?
Restam as manchas de sangue
Da mocinha de quinze anos
Que saiu de casa pela primeira vez e... foi estuprada?
Restam o medo e o pavor
Dos futuros namoradinhos
Que irão querer usar seu corpo,
Resta o véu esgarçado da virgindade
Rompido pelo combôio que leva a vida no seu vômito,
Resta no corpo o gosto salgado
Das lágrimas choradas que imploraram em vão,
Resta a fumaça azúlea do cigarro,
Resta um mundo de medo e de pavor,
Resta o cheiro do álcool e do fumo,
Resta a lembrança e a esperança diluída...
Sonhos mortos
Palavras poucas
Corpo aberto
Manhã vazia
Garrafas vazias
Sol ardente
Boca torcida
Horas loucas
Caminho incerto
Passo tremente
Passo fremente
Passo demente
Paisagem incerta
Vida deserta.
Mas de tudo resta um pouco...
As serenatas dos violinos emudeceram
E sangrou a voz do poeta raquítico.
Os passos apressados que passaram
Perderam-se no meio da noite...
Na esquina um táxi briga com um passageiro que não quer
pagar a corrida,
Um ébrio caído na calçada
Traz no peito um coração ferido,
Numa casa ainda acesa
Ouvem-se um antigo sucesso dos Beatles
E eu não tenho o que recordar...
Aqui nesta mesa, neste bar,
Espero a vida passar
Espero o tempo passar
Espero tudo passar
Enquanto eu passo... e tudo fica...
12.10.79
Esio Antonio Pezzato
1 COMENTE AQUI:
São versos tristes, outonais.
Mas os últimos versos fizeram-me lembrar de uma canção (que no fundo é triste, também):
"Naquele mesa ele sentava sempre,
E me dizia sempre o que é viver melhor..."
Abraços, meu caro.
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