Silêncio
Interpreto o
Silêncio através de metáforas
E na canção
que vem regida pela sombra.
Não se lava o
silêncio e a sombra não se molha
Interpreto o
silêncio em enigmas supérfluos.
A nuvem
passageira e viajante do espaço
Muitas vezes
no chão faz sombra de miragem.
Passageiro que
sou pensativo e calado
Na voz da
solidão interpreto meus sonhos.
A chuva fina
cai e esborrifa nas sombras,
Sonho de vácuo
e luz que brilha a sete cores.
Passageiro do
tempo eu vou moldando ideias
Na luz que se
reflete em espelhos convexos.
Garças vão ao
espaço em voo silencioso
Procurando um
local para fazerem sombra.
A sombra de
silêncio invade o chão disperso
E disperso
procuro o silêncio das coisas.
Piso chão de
algodão e faço atrito no ar
Com o sangue
que corre em silencio nas veias.
Batalha que se
vai num frenético sonho
Do que não sei
viver nas sombras que não vejo.
A sombra
esgarça a luz em negros labirintos
E o silêncio e
seu vulto aparecem-me estáticos.
A palavra é o
silêncio em pedra adormecido
Num velho livro
gasto onde as palavras morrem.
Interpreto em
Silêncio os sonhos que me dizem
Das coisas que
não fiz por saber-me incapaz.
Voar o espaço
azul por léguas de infinito
Uma arma que
me mata em estampido surdo.
Os pés travo
no chão por que não tenho pernas
E o tiro que
atingiu-me era somente sombra.
As penas como
a sombra emolduram mentiras,
A mentira é o
silêncio em culpa inexistente.
Na vaga
solidão da noite que não passa
Sou velho
passageiro a roer minhas sombras.
Sou silêncio,
sou pó, que sobre o vácuo voa
E faz sombra
na sombra e na sombra faz sombra.
0 COMENTE AQUI:
Postar um comentário