Necessidade
Era preciso que uma noite houvesse
Tão negra, tão profunda, ao feroz,
Para que minha cavernosa voz
Ao céu subisse igual profana prece.
Era preciso que uma podre messe
Os celeiros enchessem de arriós,
Para que o desespero fosse atroz
Estampado no olhar de quem padece.
Era preciso que a matéria tosca
Apodrecesse num paiol de pus
E que a esperança, de uma forma fosca
Se mostrasse coberta de capuz,
E o apetite necrófago da mosca,
Acuasse a multidão de encontro à cruz.
25.09.1987
Era preciso que uma noite houvesse
Tão negra, tão profunda, ao feroz,
Para que minha cavernosa voz
Ao céu subisse igual profana prece.
Era preciso que uma podre messe
Os celeiros enchessem de arriós,
Para que o desespero fosse atroz
Estampado no olhar de quem padece.
Era preciso que a matéria tosca
Apodrecesse num paiol de pus
E que a esperança, de uma forma fosca
Se mostrasse coberta de capuz,
E o apetite necrófago da mosca,
Acuasse a multidão de encontro à cruz.
25.09.1987
Esio Antonio Pezzato
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