Pálida memória
Delícia é decifrar o pensamento alheio,
Tido na solidão da madrugada fria.
– Um vinho tinto seco, um cálice ainda cheio,
A folha de papel branca, intacta e vazia.
Depois um vago olhar incerto em devaneio,
E a sórdida impressão de atroz melancolia.
Lâmina de punhal aguda sobre o seio,
Silêncio, solidão, o sol sangrando o dia.
E como definir o desespero todo
Se houve após outro dia e o que sangrava a lodo
Tornou a ser grafite e escreveu outra história?!...
Como entender por fim o alheio pensamento
Se a realidade muda e esvai-se como o vento
E o registro ora lido é pálida memória...
28.05.2010
Esio Antonio Pezzato
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