O Lavrador
Arde o sol. É manhã. No Cáucaso diário
O velho lavrador – o Prometeu – arqueja –
Sob o peso da lida e segue o itinerário
Que mais parece ser um lúgubre Calvário
Onde Cristo revê a Sua Mãe – que o beija!
Manha. De sol a sol – no causticante inferno,
Lavra a terra a sofrer... corre o suor no rosto...
Suas rudes feições transmudam-se e o inverno
De seu longo viver parece ser eterno
E é eterno quando vê, no céu, o sol já posto.
As calejadas mãos não sabem mais, na vida,
Carinhos ofertas, pois o trabalho intenso
Consome seu viver... a Esperança é perdida,
As ilusões são vãs, e a estrada percorrida
Lembra o inverno glacial que é nebuloso, denso...
Trabalha tanto e tanto... a enxada corta o mato
Que entre os canteiros cresce... o rastelo, em arrancos,
Tira entulhos da terra e entre um ao e um outro ato,
Vê, crescendo feliz, – desse doce contacto –
Os frutos de um trabalho em honra aos Sonhos brancos.
Trabalha e sofre, sofre e trabalha, e o trabalho,
É um hino para Deus, pois enquanto padece,
Não vê o tempo passar – o tempo é como o galho
Da árvore centenária:– enquanto cai o orvalho
A vida em flores vibra em poderes de prece!
Bendito Lavrador! As tuas mãos são santas,
Pois embora colhendo o puro Sacramento
Eu quisera saber em casa, o que tu jantas?
E não creio que tu, que a tantas bocas, tantas
Bocas dás de comer, comas teu alimento!
E mesmo assim tu vais – com puras Esperanças,
Matar do mundo a fome: e o campo – terno abrigo –
Forra-se de arrozais das sementes que lanças,
As espigas de milho... ah!... são loiras crianças
Que brincam sem parar com os cachos de trigo!
És um santo na terra, Artesão do futuro!
Em tuas mãos está depositada a sorte
Dos homens do porvir, porque tu és um Puro,
Um seguidor de Cristo e de Buda e seguro
Encontrarás a Vida onde, hirta, reina a Morte!
Arde o sol. É manhã. No Cáucaso diário
O velho lavrador – o Prometeu – arqueja –
Sob o peso da lida e segue o itinerário
Que mais parece ser um lúgubre Calvário
Onde Cristo revê a Sua Mãe – que o beija!
Manha. De sol a sol – no causticante inferno,
Lavra a terra a sofrer... corre o suor no rosto...
Suas rudes feições transmudam-se e o inverno
De seu longo viver parece ser eterno
E é eterno quando vê, no céu, o sol já posto.
As calejadas mãos não sabem mais, na vida,
Carinhos ofertas, pois o trabalho intenso
Consome seu viver... a Esperança é perdida,
As ilusões são vãs, e a estrada percorrida
Lembra o inverno glacial que é nebuloso, denso...
Trabalha tanto e tanto... a enxada corta o mato
Que entre os canteiros cresce... o rastelo, em arrancos,
Tira entulhos da terra e entre um ao e um outro ato,
Vê, crescendo feliz, – desse doce contacto –
Os frutos de um trabalho em honra aos Sonhos brancos.
Trabalha e sofre, sofre e trabalha, e o trabalho,
É um hino para Deus, pois enquanto padece,
Não vê o tempo passar – o tempo é como o galho
Da árvore centenária:– enquanto cai o orvalho
A vida em flores vibra em poderes de prece!
Bendito Lavrador! As tuas mãos são santas,
Pois embora colhendo o puro Sacramento
Eu quisera saber em casa, o que tu jantas?
E não creio que tu, que a tantas bocas, tantas
Bocas dás de comer, comas teu alimento!
E mesmo assim tu vais – com puras Esperanças,
Matar do mundo a fome: e o campo – terno abrigo –
Forra-se de arrozais das sementes que lanças,
As espigas de milho... ah!... são loiras crianças
Que brincam sem parar com os cachos de trigo!
És um santo na terra, Artesão do futuro!
Em tuas mãos está depositada a sorte
Dos homens do porvir, porque tu és um Puro,
Um seguidor de Cristo e de Buda e seguro
Encontrarás a Vida onde, hirta, reina a Morte!
23.06.1981
Esio Antonio Pezzato
0 COMENTE AQUI:
Postar um comentário