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8 de setembro de 2011

CRÔNICA - ZICO COIMBRA


Zico Coimbra

Éramos um bando de jovens entre 15 e 18 anos. Nossos locais de encontro: a hoje fechada Praça anexa ao Alfredo Cardoso, bancos de jardim na Praça ao redor da Igreja Bom Jesus, e as casas um dos outros, onde houvesse uma vitrolinha para a gente dançar.
(Eram os famosos Anos Dourados, ou Anos de Chumbo, quando Roberto Carlos mandava brasa com a Jovem Guarda, junto com Erasmo e Wanderléia. Tempo que um calhambeque velho fazia mais sucesso do que um carro do ano. E que sucesso fazia o calhambeque do Tiquinho, amontoado de jovens. Não havia drogas, não havia brigas, não havia roubos, não havia crimes. Era uma inocência. Era um tempo que íamos e vínhamos sempre a pé de um lado para outro, de dia ou madrugada. Andávamos sossegados mesmo).
Numa dessas casas o pai se fazia presença constante. Comunicativo, expressivo, risonho, calmo, cheio de sabedoria. Com seu olhar ele comandava tudo não dizendo nada.
E ele passou a ser da turma mesmo. Assim José Francisco Coimbra Filho, ou seu Zico Coimbra entrou na Turma, que era bem grande por sinal.
Bailes nos fundos da Fabrica de Artefatos de Cimento Coimbra e ele, sempre de boné na cabeça, aparecia, falava com um, com outro, ria, oferecia uma bala, e sapecava ensinamentos colhidos na Bíblia de seu dia a dia sagrado.
Era um gozador, seu Zico Coimbra. Quando punha a falar a gente murchava as orelhas e ele com sabedoria, nos conduzia para a retidão Justa e Perfeita de sua conduta, que já era alicerçada em Três Colunas, mas isso a gente ainda não entendia bulufas.
Depois contava: “certa vez fui ao Clube 13 de Maio. Não me deixaram entrar, pois eu era branco. Fiquei todo feliz. Então me bandeei para o Clube Coronel Barbosa e também fui barrado na porta por ser negro”. Ele contava isso e ria, ria, ria, e nós fazíamos coro ao seu sorriso generoso, franco e bom. Sem esconder ou ocultar sua descendência afro.
A juventude se foi, vieram os nossos filhos, e seu Zico abençoando a todos, distribuindo balas e cativando corações de outra geração. Chegaram os seus netos, e seus bisnetos e toda a sua alegria contagiante parecia não caber dentro de seu coração.
Com o correr do tempo a gente fica sabendo que nossos pais o conheciam desde sempre, portanto ficavam descansados quando nossa voz alardeava: vamos à fábrica do Coimbra..
Vejam se pode isso: poucos anos passados, e ele vai até a casa onde reside minha mãe. Bate e entra e beijando minha mãe no rosto e abraçando-a diz: “Quando moça, Maria, você era tão linda, eu paquerava você, mas já namorava o Lasinho...” Engraçado: ele fazer isso, Mãe contar e a gente rir a beça de seus disparates de amizade.
(Que saudade, seu Zico, das balas, de seu abraço afetuoso, Que saudade de seus beijos paternais, fraternais e queridos e mesmos ansiados!)
Ah, seu Zico, hoje vou à Fábrica e converso com o Gilberto, amigo de infância. Nele, vejo o Senhor mais moço e isso é tão bom. O mesmo sorriso, a mesma forma de agir, sempre com balas no bolso... Falamos de nossos filhos, ele já com vários netos, lembramos do Senhor... Agora até de enfarto falamos, pois ele me invejou...Depois ainda de amigos passamos a Irmãos e filho também ficou Irmão, e genro ficou Irmão e neto ficou Irmão.
É isso, seu Zico Coimbra. O senhor tanto semeou a Fraternidade que tá conseguindo fazê-la crescer e ser maior que sua casa, que seu quarteirão, que a Fábrica, que tudo. Esse, seu Zico, foi o Senhor. Vigorosa Coluna que sustentou nossos sonhos com Beleza e Força, para nos direcionar à Sabedoria. Saudade. Beijo com estalo de saudade, bala com sabor de saudade. Sorriso com timbre de saudade. É isso.
Três beijos, seu Zico Coimbra!

Esio Antonio Pezzato

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