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25 de setembro de 2011

CRÔNICA - FRANCISCO SÉRGIO PROTTI

Imagem Google

Francisco Sérgio Protti


Faz pouco tempo que Francisco Sérgio Protti partiu para outras plagas. E agora aqui recordando, recuo no tempo em mais de quatro décadas; naqueles tempos que, se eram dourados, eram também plúmbeos.
Sérgio era mestre em oficina mecânica. Trabalhou muitos anos na Retífica Roma e depois, abriu sua própria oficina, a Cabe-Blocos. Esse foi seu ganha-pão durante sua vida.
Sérgio era um jovem, fazia Tiro de Guerra, 18 anos, gostava de cantar. Interpretava canções românticas com uma voz cristalina, densa, encorpada, metálica. Incomum para a época.
As canções de Evaldo Gouveia e Jair Amorim eram constantes em seu repertório. Embora jovem, e ser jovem àquela época era curtir yê-yê-yê, Roberto Carlos e a frenética Jovem Guarda.
Mas Sérgio gostava mesmo era de serenatas pelas madrugadas desertas. Fizesse frio ou calor e lá estava ele acompanhado por três amigos: Carlos Roberto Furlan, Luiz
Borghesi com violões afinados e ao acordeão, Nivaldo Furlan, que tinha alguma coisa chamada de carro, que apelidamos de Catarina...
Cantava tanto e tão bem, que se inscreveu na TV Bandeirantes, em São Paulo, no programa de Calouros, do Bolinha, famoso apresentador da época. E fomos todos assisti-lo cantar, da famosa dupla acima “A Pretendida”, que nas rádios era tocada à exaustão interpretada por Altemar Dutra.
Entre o corpo de jurados ninguém mais que Evaldo Gouveia, (que feliz sorte!) e Sérgio soltou a voz, acompanhado dos violões de Carlos Roberto e Luiz. Entre tantos votos que recebeu um foi do compositor e co-autor da canção que Sérgio interpretou. Uma noite gloriosa para Sérgio.
Certa noite com os amigos resolveu fazer serenata em casa. Era madrugada de dois de novembro, Finados. Meu pai ficou furioso pelo desrespeito à data. Mas dia seguinte, hora do almoço e tudo já estava esquecido.
O tempo nos separou. Certa noite minha mulher, minha irmã Regina e eu saímos para curtir algum barzinho na noite piracicabana. Fazia frio. Num deles, o famoso Quatizinho, estava Sérgio, agora acompanhado de seu filho Pitu. E ele insistiu: queria tocar só para nós. Onde? A noite estava muito fria e os bares repletos. Decidimos ir à casa de minha mãe. O relógio marcava mais de uma da manhã. E para lá nos bandeamos então. Na calçada Sérgio e Pitu e aos primeiros versos de “A Pretendida” viram minha mãe nos reconhecendo, abrir a janela sorrindo e feliz dizendo: “Isso são horas de me acordar?” Entramos e até cinco da matina, eu, Ana Maria, minha mãe e minha irmã, fomos os privilegiados ouvintes dos ecos cristalinos das vozes de Sérgio e Pitu.
Minha mãe preocupada com vizinhos, com aquela intensa cantoria. Desfiaram todo o repertório que pedimos.
Sérgio dizia: filho canta “Maria Helena”, “O Trovador”, “Sentimental Demais”. Mas depois não teve jeito mesmo.
Pitu ao violão e Sérgio, e somente ele, sob nossos insistentes pedidos, soltou a voz para que os versos de “A Pretendida” perfumassem a noite fria.
Outro dia e todos os vizinhos curiosos queriam saber de onde vinham aquelas vozes e aquelas canções que acariciaram a alma e traziam lembranças de um tempo distante.
Depois nos vimos outras vezes, em outras noites mais no Quatizinho, no Bar Cruzeiro, mas ter Sérgio e Pitu só para nós, uma noite toda, atendendo pedidos, foi coisa ímpar, de amizade, muito carinho, muita afeição. Pena mas aquela noite especial não tornou a se repetir. E sendo única fica, agora, para sempre na memória.
De lembrança ainda umas fotos tiradas na praia, num distante 1965, em monóculos, que faziam o maior sucesso então.
Agora Sérgio ficou encantado e partiu. Ficou o vazio e o silêncio de sua voz vibrante. As noites sem sua voz e seu canto com certeza ficarão mais silenciosas e tristes e dês... pretendidas.
Ao jovem Pitu o alento de poder preencher esse vazio. Vai doer, por certo. Como dói a todos nós.
Saudade, Sérgio.



Esio Antonio Pezzato

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