Proibição
Meu coração parece uma avenida
Onde o trânsito passa velozmente.
Passa também um mundaréu de gente
Na mais desenfreada e atroz corrida.
Ele, porém, de tudo é diferente:
Não tem uma só árvore florida,
Não tem jardins, parece não ter vida,
Nem pássaros trinando alegremente.
Mas sempre gente rápida, apressada,
Ansiando mundos e encontrando nada,
Sofrendo interminante falta d'ar.
Mas traz nos postes, velhas tabuletas:
Um E vermelho sob as tarjas pretas,
Mostrando ser proibido estacionar!
04.11.1999
Sonhos de imigrante
Depois de
tanto tempo acostumado
Ao nosso amor
insano, intempestivo,
E por saber-me
dele tão cativo
Meu coração
sentiu-se atroz e amuado.
Da longa
letargia deste estado,
Eu me sabia
para a vida – vivo.
E assim
busquei achar algum motivo
Para ficar de
novo apaixonado.
E tendo n'alma
os sonhos de imigrante
Procurei
encontrar um'outra amante
Que viesse
matar tanta ansiedade.
E ao fim de
tanta busca e tantos portos,
Todos os meus
desejos eram mortos
E eu do
passado – morto de saudade.
08.11.1999
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