Pórtico
Jamais pude conter a fúria de minh’alma
Que em versos extravasa a vida que me ensalma...
Sinto explodir em mim os anseios da Lira
E imensa inspiração de meus poros transpira.
E escrevo com ardor tudo o que me ilumina –
O desejo de paz, o amor que me domina,
A calma, o riso, a fé, que em meu peito palpita,
O pranto, a angústia, a dor e a saudade infinita...
A calma com que o tempo estuda as suas formas,
O sorriso que traz o amor com outras normas,
A fé – bênçao divina! – em esplendente prece
Que tanto me faz bem e tanto a gente esquece.
Porém, tudo em minh’alma em fúria animalesca
Faz que ressurja em mim a forma mais dantesca
Do rpanto – derradeiro anseio da piedade,
E da angústia e da dor que só me dão saudade.
Saudade – gosto amargo em minha doce boca,
Anseio de sentir numa esperança louca
O momento de amor sublime, delirante,
Que fazia de mim o mais sincero amante!
Mas tudo passa, passa, evapora e fenece:
E o que de bom foi feito a gente sempre esquece,
Nem se recorda mais... porém, do mal profundo,
Eu sou capaz até de fecundar o mundo
E revolver – fugaz! – as cinzas do passado
Que me deixou tristonho e me deixou magoado,
Para bradar aos céus, numa desesperança,
Mortífera palavra a que traduz – vingança! –
– Eis porque não contenho a fúria de minh’alma
Que em versos extravasa o que a vida me ensalma!
17.08.1978
Jamais pude conter a fúria de minh’alma
Que em versos extravasa a vida que me ensalma...
Sinto explodir em mim os anseios da Lira
E imensa inspiração de meus poros transpira.
E escrevo com ardor tudo o que me ilumina –
O desejo de paz, o amor que me domina,
A calma, o riso, a fé, que em meu peito palpita,
O pranto, a angústia, a dor e a saudade infinita...
A calma com que o tempo estuda as suas formas,
O sorriso que traz o amor com outras normas,
A fé – bênçao divina! – em esplendente prece
Que tanto me faz bem e tanto a gente esquece.
Porém, tudo em minh’alma em fúria animalesca
Faz que ressurja em mim a forma mais dantesca
Do rpanto – derradeiro anseio da piedade,
E da angústia e da dor que só me dão saudade.
Saudade – gosto amargo em minha doce boca,
Anseio de sentir numa esperança louca
O momento de amor sublime, delirante,
Que fazia de mim o mais sincero amante!
Mas tudo passa, passa, evapora e fenece:
E o que de bom foi feito a gente sempre esquece,
Nem se recorda mais... porém, do mal profundo,
Eu sou capaz até de fecundar o mundo
E revolver – fugaz! – as cinzas do passado
Que me deixou tristonho e me deixou magoado,
Para bradar aos céus, numa desesperança,
Mortífera palavra a que traduz – vingança! –
– Eis porque não contenho a fúria de minh’alma
Que em versos extravasa o que a vida me ensalma!
17.08.1978
Esio Antonio Pezzato
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