Saudade
(Um soneto com dois finais)
A saudade que às vezes nós sentimos
É a vontade de ter o que não temos.
É o que resta distante dos extremos
É o que deixamos quando nós partimos.
É um barco abandonado sem os remos
Os braços sem adeuses nos arrimos
A chegada do pranto enquanto rimos
Sonhos de reviver o que vivemos.
É o além da longa curva que se esconde
Em sombras, bosques, prados e campinas
Que a gente lembra, mas não recorda onde...
1º final
É a espera do amanhã que é sem espera,
São tardes tristes, cheias de neblinas,
É o inverno precedendo a primavera.
2º final
E a espera do amanhã que vive em fugas,
São tardes tristes, cheias de neblinas,
A pôr em nosso rosto angústia e rugas.
03.12.1997
Esio Antonio Pezzato
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