Um novo Assis
Na luta
diária, eis que o homem, nesta terra,
Sonha com a
plenitude da Justiça.
Uma terra sem
males e sem guerra,
Sem corpos
insepultos na carniça.
Mas o rancor
parece que mais viça
E a metralha
nefasta grita e berra.
Parece até que
uma profana missa
Na comunhão da
morte o homem enterra!
Houve outrora
um Francisco, mas foi pouco,
Cada vez mais
com cérebro de louco
A Humanidade
quer despedaçar-se...
Talvez um novo
Assis seja preciso
Para o Mundo
brotar no seu sorriso,
Para a Vida
mostrar-se sem disfarce!
14.05.1998
Somente sonhos
Quando os
sonhos podiam ser sonhados
Busquei viver
a tola realidade,
E hoje que os
sonhos são uma saudade,
Os busco com
anseios redobrados.
E os sonhos
numa atroz diafaneidade,
Se escondem
nas cortinas dos passados
E não se
mostram mais áureos, rosados,
Mas através de
intransponível grade.
A distância eu
os sinto e se os contemplo
Parecem ser
altares profanados
De abandonado
e envelhecido Templo.
Por isso hoje
meus sonhos são tristonhos,
Meus sonhos
vão perdidos nos passados,
E são somente
e tão somente sonhos!
19.06.1998
Momento
As alegrias
todas que nós temos,
Às vezes duram
mínimos instantes.
Nem sempre são
aquilo que queremos
E sonhamos em
horas delirantes.
Chegam à
nossas mãos lembrando remos
E cintilam nas
águas refrescantes...
Mas ao fim da
jornada nós só vemos
Que os
prazeres ficaram bem distantes
E restam-nos
somente a companhia
Das ânsias,
dos desejos, da agonia,
Do martírio,
do tédio e das esperas.
Um passo a
mais para seguir à frente,
Um riso a mais
para se ver contente,
E somente
sonhar com primaveras.
11.09.1998
O mundo pede
em êxtase, ofegante,
Um pouco mais
de paz à nossa terra.
Que as vidas
não se arrastem com a guerra
Deixando choro
e angústia a cada instante.
Se a paz ao
menos fosse mais constante
E a voz
calasse do canhão que berra,
Se cada
coração que amor encerra
Tivesse a luz
da paz em seu semblante...
Contudo o
homem parece estar alheio
E a paz parece
ter forma concreta
Para o mundo
que vive em devaneio...
Porém, a paz
tem forma mais dileta:
As flores
devem ter o campo cheio.
Dar fim à
guerra – faz amor, Poeta.
11.10.1998
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