Ser Poeta
O Ofício de
Poeta até parece
Fácil àquele
que não faz poesia,
Mas o Poeta
perambula o dia
Na ânsia de
cultivar a sua messe.
Se a encontra,
de joelhos, reza a prece,
E colhe os
versos da palavra fria!
Entra na mais
dinâmica porfia
E jamais,
forma alguma, recrudesce!
E ainda deve
ser o homem que pensa,
– Um verdadeiro
cidadão comum
Senão à vida
vai causar ofensa!
Mas ao levar
adiante o seu ofício
Deve o Poeta
ser o Número Um
E sorrir
frente a tanto sacrifício!
21.12.1998
Eu e o
silêncio
O silêncio é
quebrado pelo vento
Que soa
cadavéricos gemidos.
E os lancinantes
ais feito lamento
Parecem
misereres, sustenidos...
Uma coruja em
pios doloridos,
Sua presença
avisa no momento.
Eu e o
silêncio estamos esquecidos
Enquanto a
noite cai no esquecimento.
Sozinho e este
silêncio me atordoa,
O vento venta,
em ecos, triste soa,
Uma canção que
diz de solidão.
Eu, o vento, a
coruja e a noite triste,
E este
silêncio que somente existe
Para causar
angústia ao coração.
21.12.1998
Árvore de Natal
A Árvore de
Natal que foi armada
Anuncia a
chegada de Jesus.
Por isso ela
está toda iluminada
Jorrando
fortemente a sua luz.
Eu contemplo-a
feliz... apaixonada
A minh'alma
neste êxtase reluz.
E cada luz que
brilha é uma alvorada
– Um pequenino
sol que jorra a flux.
Por isso,
nestas noites de dezembro,
A Árvore de
Natal eu vou armando
Para trazer o
sol dentro de mim.
Pois foi há
muito tempo (nem me lembro)
Que a Árvore
de Natal foi se apagando
Quando minha
esperança teve fim.
28.12.1998
Poeta barnabé
Oras, Poeta
sou, que mal há nisso?
Poeta ser não
é pecado não.
Se às Musas
vivo preso em compromisso,
Elas, à minha
voz, trazem canção.
O ser Poeta é
não viver omisso,
E sempre
aproveitar a ocasião.
Mais que
prazer, o verso é meu serviço,
Devo-lhe
obediência e servidão.
Assim,
diariamente bato ponto
Ao seu chamado
sempre vivo pronto
E em cada
verso ponho a minha fé.
Jamais sigo o
modismo à correnteza,
E beatifico a
Língua Portuguesa,
Que a Flor do
Lácio, minha santa é.
12.02.1999
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