Quero a
palavra sorrateira
No lapidar de
cada verso.
Que a mesma
fique prisioneira
Qual bela
pedra na peneira
Do garimpeiro
do Universo.
Quero a bateia
firme e fina
Para escolher
cada palavra
Que brilhe
pura e cristalina,
Que ofusque em
raios a retina
Enquanto frase
prende e lavra.
O verso puro e
refulgente
Sem arranhão
que empane o brilho
Para ofuscar a
alma do crente
Que cego em fé
segue demente
Pensando ser
de Deus só filho.
Não crê ser
Deus seu semelhante
Mas um Deus
mau que só castiga.
Por isso traz
em seu semblante
Um rosto
amargo e retirante
Confuso em fé,
de mágoa antiga.
Mas Deus é Pai
e não padrasto
E se me mostra
Seu caminho
Dele jamais,
jamais me afasto,
– Eu posso
andar até de rasto
Mas Deus não
deixa-me sozinho.
Atrasa junto
se me atraso
E brilha em
luz na minha estrada
E O vejo como
um lindo vaso
Meu Deus na
minha vida é um caso
É linda
história apaixonada.
Fez-me um dia
ser Poeta
E eu canto e
louvo Sua glória.
Sei-me
Apóstolo e Profeta
A sua crença
me completa
E em versos
louvo Sua história.
De puras rimas
me abasteço
E enquanto os
versos alinhavo
À vida tudo eu
ofereço
Eu faço versos
com apreço
Porque das
Musas sei-me escravo.
04.12.1997
0 COMENTE AQUI:
Postar um comentário