Contemplando os Ypês roxos
Sêga, Joca,
Archimedes, Costa, Stella,
Pacheco,
Olavo, Martho, Wagner, João,
Ah! Se eu
tivesse alguma inspiração
E conseguisse
transportar à tela
Na mais clara
e mais límpida aquarela,
A beleza que
vem em turbilhão
Do ypê roxo
que vibra de emoção
E faz
Piracicaba ser mais bela...
Porém, não sou
Pintor... Uso somente
O Verbo e não
consigo lapidar
A alegria
estonteante que a alma sente...
O pincel é
difícil dominar,
E a Palavra se
torna insuficiente
Para que em
cores possa me expressar.
12.07.1997
Falsidade
O amor parece
um sonho tão distante,
Impossível à
minha realidade.
Que eu mesmo
vivo preso na saudade
Das horas em
que fui um bom amante.
Por isso, os
meus amores, na verdade,
Não passaram
de um sonho fulgurante;
– Ilusão de um
momento delirante,
Ou de carinho
em troca de amizade.
Contudo espero
um dia que ele, ebriante,
Chegue ao meu
coração e cante e brade
E aos meus
anseios torne-se constante.
Porque até
hoje foi-me – por piedade –
Uma ilusão
confusa, tola, errante,
Uma história
de enorme falsidade.
05.08.1997
Nada de nada
Aleluia febris
de pelicanos
Nas tardes
rubras de porvir distante
O coração
chora de ausência a amante
No desespero
de letais enganos.
Do palco
iluminado rasgo os panos
E o cenário é
uma toga deslumbrante.
Trina um
canário e roga um tom ebriante
A alegria de
estar em outros planos.
Esses versos
também não dizem nada:
Alguma
alteração arquitetônica
Que possa
transmitir música ao vivo.
Mas a alma do
Poeta é apaixonada:
Embora a mente
seja supersônica,
Do verso
continua um ser cativo.
09.09.1997
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