Do amor
O amor no
sentimento dos Poetas
É motivo de
eterno sofrimento,
Pois se ele
dura apenas um momento,
As almas
deixam todas inquietas.
E os versos
sempre entoam o lamento
Nas mais
cortantes e pontudas setas.
Destrona reis,
destrói almas de atletas,
E depois some
no valsar do vento.
Eu, que em
rimas defino angústias, medos,
Traumas,
histórias, sonhos, também sinto
Que o amor me
envolve em mágicos segredos.
E o ser Poeta
não define tudo:
Pois se às
vezes o fogo alheio é extinto,
N’alma ele
vibra em sentimento mudo.
11.09.1997
Na bateia
Este caminho
que hoje em vão percorro,
Em busca de um
passado inexistente,
Lembra o mesmo
caminho diferente
Do qual em vão
clamei pelo socorro.
É tudo igual:
recordo o mesmo morro
E a mesma
sinfonia da nascente,
Mas a minha
esperança sorridente
Junto à
nascente, tristemente, escorro...
O mesmo
atalho, mas o mesmo atalho
Necessita de
dias de trabalho
Para que eu
possa palmilhá-lo a limpo.
E quem sabe
encontrar – junto ao cascalho,
Um sorriso de
amor como agasalho,
Jogado na
bateia do garimpo.
15.09.1997
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