Bichos
A fúria dos desejos me entorpece
Quando te deitas lindamente nua,
Sobre a cama redonda como a lua
E com gemidos fazes tua prece.
Vendo teu corpo em transe, que parece
Um vulcão vomitando chamas, tua
Voz gutural chamando em gozos – crua!
Tua feição – e o corpo todo em S...
Cubro-te as formas com a minha sombra,
E tua entrega em êxtase me assombra
No delírio que forma nosso nicho.
Sou homem, és mulher, não temos nome.
Porém nesta paixão que nos consome
Não somos homem nem mulher – mas bicho!
19.01.2001
Marcas digitais
Quando te desnudaste por inteira
E em delírios febris – presa aos desejos! –
Com ânsias, suplicaste por meus beijos,
Com teu corpo fremindo igual fogueira,
Ouvi os teus melódicos arpejos
Ao te fazer amante prisioneira.
E te possuí com fúria alvissareira
Sem poder saciar os teus ensejos.
Foram dez, cem ou mil? Ah, foram tantos
Nossos jeitos de amar, tantas promessas,
Tantas palavras, ditas com encantos,
E nossas taras foram tão possessas,
Que o gozo transformou-se em mil quebrantos
Que deixamos em nós marcas impressas!
19.01.2001
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25 de julho de 2013
Dois Sonetos Decassílabos

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